As contradições das Políticas Sociais do Governo Federal e o Papel das Esquerdas

As contradições das Políticas Sociais do Governo Federal e o Papel das Esquerdas

Luiz Antonio Sypriano*


O governo Lula nasce com o discurso ideológico de polarização com o do ultra liberal Bolsonaro; se afirma, todavia, com políticas sociais para a população empobrecida. Para tanto, não foi à toa que subiu à rampa com uma ampla representação popular, de etnia negra à população deficiente, com indígena, mulheres entre outras.
Entretanto, nestes tempos, o que se percebe é o aumento exponencial da violência e do empobrecimento dessa mesma população; enquanto a marca ideológica desse governo é a do liberal, com uma pequena sensibilidade aos empobrecidos, quando distribui apenas migalhas.
Em que a sua política, porém, segue a ordem do imperialismo estadunidense, de apoio ao capital rentista; enquanto que, para a população empobrecida, segue com "políticas compensatórias", quando os seres humanos na condição de miserabilidade perdem a sua condição de humanidade, principalmente as de etnia negras, por falta de trabalho.
No Brasil ainda estão em condições de insegurança alimentar mais de 70 milhões de pessoas, enquanto 20 milhões vivem em extrema desnutrição, com uma população de mais de 200 milhões de habitantes. Tendo em vista que uma grande maioria das pessoas empobrecidas -, principalmente mulheres chefes de famílias -, moradoras em favelas, que não possuem o básico para atender às suas necessidades, faltando-lhes os serviços públicos e moradia digna.
Além de tudo, o Estado, com suas políticas de segurança pública violentas, cujas ações levam ao extermínio da população de etnia negra e indígena; através das chacinas, invisibilização social, levando à vida degradada e à falta de acesso de suas crianças e jovens a um futuro incerto.

As mortes dessas populações de etnia negra e indígenas chegaram a mais de 20 mil no ano, cujas condições é de miserabilidade, desemprego e de genocídio. Pois, só no Maranhão foram mortos, este ano, 10 dirigentes indígenas e quilombolas. E, por falta de políticas públicas de saúde para as mulheres, as mortes no puerpério e na gestação têm aumentado; são empobrecidas, que não têm acesso ao pré-natal. Quando, por outro lado, o aborto - para as empobrecidas - é tratado como crime.

Um outro exemplo de contradição do governo federal é o Marco Temporal, o que fez foi apenas o veto parcial, deixando as possibilidades abertas para empresários das mineradores e do agronegócio agirem livremente.

Agora, cabem aos Partidos que a compõem o campo das Esquerdas, como os do PSTU, UP e PCB, assim como as agremiações e agrupamentos, formarem uma verdadeira Frente Única das Esquerdas, unidade esta que só pode se concretizar enquanto Unidade de Ação na Prática, ou seja, na Luta Política, em defesa dos interesses da classe trabalhadora. Para tanto, será necessário a formação de quadros para a luta, na prática, na defesa dos interesses da classe trabalhadora.

Por conseguinte, não podem limitar-se à disputa institucional, por estarem somente mantendo a ordem burguesa; mas, se colocando na luta por uma nova sociedade que tenha em seu fundamento o trabalho, e, portanto, o pleno emprego.

Mas, sem deixar o centro do debate contemporâneo que é a questão da Palestina (Faixa de Gaza), cujo Estado terrorista de Israel vem cometendo atrocidade e genocídio contra aquele povo. Por isto, precisamos continuar na luta em defesa do povo da Palestina.

Assim, como propostas de um Programa, aponta-se as lutas para:

-demarcar as terras indígenas e quilombolas

-subsídios à agricultura familiar e aos pequenos agricultores;

-Plano nacional de habitação popular no sentido de acabar com o déficit e a precarização habitacional;

-redução da jornada de trabalho sem reduzir os salários;

-auditoria da dívida pública, com a cessão das dívidas públicas;

-reestatização das empresas de serviços públicos;

-estatização dos bancos;

-impedir a emigração de capitais nacionais;

-Reforma Agrária.

Por conseguinte, devemos nos conscientizar de que a classe trabalhadora e a população empobrecida não se resignam a sofrer eternamente; pelo fato de que não estamos condenados à pena de vivermos no capitalismo perpetuamente. Isto porque, somos sujeitos da práxis, entendida como a atividade que transforma a si mesma. E é por ela que o sujeito humano transforma o mundo e se transforma, e faz do ser humano um inventor de seu próprio ser.


(*Professor de Filosofia, Pesquisas em Filosofia e Educação, com Pós-Graduações.)

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