A Consciência Humana para o Conhecimento do Concreto pelo Trabalho Transformador da Realidade
Parte-se do pressuposto de que a consciência humana deve refletir a realidade concreta para ser capaz de produzir um conhecimento adequado. Assim, quando se fala da consciência, está se tratando da mente humana, parte corporal que interage com o mundo da Natureza, seu objeto concreto que existe, independentemente dela, sendo outrora denominada de alma, espírito, razão, mente etc..
Por conseguinte, a consciência é a capacidade de sabermos dos nossos atos e da sua consequência sobre o mesmo. Com isso, ter consciência equivale a saber alguma coisa, e a consciência seria então o que nos ajuda a conhecer, ou o simples fato de sabermos que existimos. Porque definir a consciência equivale a refletir sobre a maneira de contemplar o mundo, tão característico do ser humano.
Por isso, ao investigar a realidade concreta, é de máxima importância que a consciência possa construir uma ideia que reflita o real de modo a ser o mais fiel possível à sua objetificação; mas, para tal, seria necessário livrar-se de todas as ideologias que nos prendem às forças sobrenaturais, como a da mitologia e da religião, que nos levam à ilusão da subjetividade alienada, ao mundo fantasioso da metafísica.
Entretanto, essa fidelidade do reflexo da consciência é condicionada pelas necessidades e pelos objetivos que orientam a investigação sobre o objeto para o conhecimento a fim de atender às nossas demandas presente; por isso, o reflexo jamais poderá ser um reflexo fotográfico, mecânico, da realidade; isto porque é sempre uma construção da consciência, uma atividade dela, que visa a um fim, a uma necessidade. E isso depende da materialidade, em cada momento histórico, a que se está inserido.
Porque a atividade da consciência é a apropriação das propriedades da realidade segundo as necessidades e objetivos do momento histórico a que se vive, buscando a satisfação das necessidades humana. Portanto, todo reflexo do real está historicamente condicionado, a fim de colocá-lo em prática para a sua reprodução social, pelo trabalho.
Como já se dizia que a verdade está na relação entre sujeito-objeto (tanto em Hegel como em Marx), e que essa é a ação prática humana; portanto, histórica, social.
Assim, quando o conhecimento é utilizado num ato de trabalho, ele também é colocado à prova, podendo, assim, ser verificado sobre a sua validade nessa nova situação que se apresenta nesse determinado momento; que pode ser avaliado a sua maior ou menor fidelidade como reflexo da realidade.
Mas, ao checar a sua validade, é possível perceber até que ponto o conhecimento é verdadeiro, quais são seus limites etc., obtendo-se assim novos conhecimentos que irão, por sua vez, possibilitar novos atos de trabalho e, por essa via, novos conhecimentos.
Isto posto, já que tanto a realidade quanto a subjetividade estão sempre em evolução, é impossível um conhecimento absoluto, do tipo dogmático (fé), da realidade.
Porque - já dito - o conhecimento é uma atividade da consciência que, por meio da construção de ideias, reflete as qualidades do real. Por outro lado, o real é um processo histórico. Assim, uma realidade e uma consciência, ambas em movimento, não podem jamais resultar em um conhecimento absoluto, fixo, imutável.
Por isso a reflexão da realidade pela consciência é um constante processo de aproximação das ideias em relação à realidade em permanente evolução.
Em conclusão, pode-se afirmar que conhecemos a realidade externa à consciência porque, ao transformá-la tipicamente pelo trabalho, pode-se verificar a validade e a veracidade do conhecimento construído pelo ser humano.
Interessante ponto de vista. Eu vejo o conhecimento como uma jornada em constante evolução e, concordo que nossa compreensão da realidade está sempre mudando. E penso aqui que a educação e a pesquisa tem um papel importante nesse processo. (Humildade intelectual+ busca pelo entendimento da realidade em constante mudança)👐🏻 Adorei o texto.
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