A "MORTE", ENQUANTO "SUPERAÇÃO", NA FILOSOFIA DE HEGEL
A "Morte", enquanto "Superação", na Filosofia de Hegel
*Luiz Antonio Sypriano
"A razão é a certeza consciente de ser toda a realidade". (Hegel)
A ideia de que "na vida se morre muitas vezes" é um conceito presente no pensamento de Hegel, embora não seja uma frase literal que ele tenha usado em todos os seus escritos; mas, sim, uma noção que está relacionada à sua visão da dialética e do progresso do Espírito, onde a morte e a superação são elementos essenciais.
Isto porque, para Hegel, a realidade se desenvolve através de um processo dialético, onde uma tese é confrontada com uma antítese, e a superação dessas duas resulta em uma síntese, que por sua vez se torna uma nova tese; sendo um processo que se repete continuamente.
Posto que o "Espírito", na Filosofia de Hegel, é o conceito central que guia o desenvolvimento da História -, o que busca a autoconsciência e a liberdade através de um processo de desenvolvimento, que envolve a superação de contradições e limitações.
Sendo esta superação uma espécie de "morte" da forma anterior, que abre espaço para algo novo e mais desenvolvido. Mas, a "morte" - a que não se refere apenas à morte física -, é também à superação de etapas, ideias, formas de consciência, e até mesmo de estruturas sociais.
Por exemplo, pode-se pensar na superação de uma criança para a adolescência, ou na superação de uma forma de governo para uma mais avançada, ou seja, de "mortes" e "renascimentos" no sentido hegeliano.
Por conseguinte, a morte, nesse contexto, não é vista como um fim definitivo, mas como um momento de transição e transformação; isto porque é através da morte e da superação que o Espírito se realiza e se desenvolve.
Sendo assim, a ideia de que "na vida se morre muitas vezes" expressa a dinâmica da vida e do desenvolvimento do Espírito na Filosofia hegeliana, onde a superação e a transformação são elementos constantes.
*(Professor de Filosofia na Seed-Pr)
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