POEMA - América Despedaçada, em Luta pela Soberania
Luiz Antonio Sypriano
O império chega como tempestade de ferro,
com suas asas de fogo e dogmas;
sopram sobre as selvas o hálito do dólar,
que chama de “paz”, no ruído das bombas.
Trump, senhor das guerras e do terror,
veste-se de águia para devorar as minas.
O solo americano é nosso — regozija-se!
Que ardem em Quito, dança em Havana,
cresce no peito das mulheres do sertão.
(Vieram com suas máquinas de guerra,
Promessas feitas de cinza,
Que colhe o cobre, o café, o sangue ..,
Da seiva profunda da América.)
Mas, sob o chão dormem vulcões,
em cada montanha há um coração que pulsa:
A selva escuta e desperta,
o mar se ergue contra os navios,
e o vento — livre — canta em espanhol.
Não, não somos mercadoria,
somos rio, somos flor e pedra,
somos o pão dividido nas mesas pobres,
são palavras acesas nas bocas do povo.
Das minas da Bolívia às ruas do México,
o grito soa forte como aurora:
“Soberania!”
E o eco se espalha —
pelos Andes, pelos pampas, pelas favelas —
como fogo que se recusa a morrer.
Oh, América ferida!,
teu sangue é estrela e tua dor é semente.
O império cai, estraçalhado,
porque nenhuma muralha detém o aroma da liberdade.
E quando o Norte se fecha em aço e sombra,
nós abrimos o peito ao vento,
e deixamos passar o futuro —
livre, latino, revolucionário …
como um condor rasgando o céu.
(Piraquara-Pr, 25/10/2025)
O poema retrata muito bem nossa luta pela soberania conquistada a duras batalhas!! Quiseram nos tirar mas o povo se fez presente, entendeu a importância do momento. Parabéns Professor Sypriano por retratar tão bem esse momento.
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