Brasil: uma Nação que Precisa de Políticas Públicas de Ciência e Tecnologias
*Luiz Antonio Sypriano
A condição periférica e dependente do Brasil no sistema imperialista do capitalismo é agravada pela histórica falta de políticas públicas robustas e contínuas de ciência e tecnologia nacional.
Sabemos que a ausência de investimentos estratégicos nessa área impede o desenvolvimento autônomo, reforça a dependência de tecnologias estrangeiras e limita a capacidade do país de agregar valor à sua produção.
Assim, o Brasil permanece preso a um modelo de exportação de matérias-primas, subordinado aos interesses das potências centrais e com baixa soberania tecnológica.
A partir dos estudos de Álvaro Vieira Pinto, que tratam da condição periférica e dependente do Brasil no sistema imperialista, está diretamente ligada à ausência de um projeto nacional que priorize o desenvolvimento autônomo da ciência e da tecnologia.
Para o autor, a dependência tecnológica não é apenas um atraso técnico, mas uma forma de dominação ideológica e estrutural que impede a soberania nacional.
Isto porque a falta de políticas públicas consistentes nessa área aprofunda essa dependência, mantendo o país submisso aos centros hegemônicos do capitalismo.
Segundo Vieira Pinto, só com um esforço consciente de planejamento e valorização do saber científico nacional seria possível romper com essa lógica de subdesenvolvimento imposto.
A solução nacional para romper com a condição de dependência e periferia do Brasil no campo da ciência e tecnologia, conforme propõe Álvaro Vieira Pinto, passa pela formulação de um projeto político soberano e emancipador, voltado para o fortalecimento interno das capacidades técnico-científicas do país.
Mas, isso exige um compromisso do Estado com políticas públicas permanentes de investimento maciço em educação científica, universidades, centros de pesquisa e inovação tecnológica voltados às necessidades nacionais.
Além disso, é necessário valorizar o saber nacional, promover a industrialização autônoma e garantir que o conhecimento produzido esteja a serviço do povo e do desenvolvimento social, e não da reprodução de interesses externos.
Pois, para Vieira Pinto, a ciência deve ser pensada como instrumento de libertação, e não como reflexo da dependência cultural e econômica, que é própria de uma nação emancipada.
* (Professor de Filosofia da Seed-Pr)
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