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Mostrando postagens de outubro, 2025

POEMA - Estado Nacional como Servil Imperialista na Reforma Administrativa

  Estado Nacional como Servil Imperialista na Reforma Administrativa Luiz Antonio Sypriano Na alvorada dos anos frios de FHC, um sopro de Washington cruzou o Atlântico. Trazia cifras, relatórios, e promessas de eficiência: era o evangelho do mercado rentista , com suas páginas impressas no sangue imperialista. O Brasil, corpo moreno e cansado, ajoelhou-se diante do Deus FMI , e jurou servir aos bancos, aos papéis sem rosto, às bolsas que tilintam como grilhões. O Estado — outrora esperança de abrigo — foi despido, involuntariamente transformado em escritório mercantil , onde o suor do povo é planilha, e a fome, um número que se ajusta. Vieram outros: prometeram o “novo”, mas o velho capital vestiu novas gravatas. Nos corredores do poder instituído, a mais-valia dançava fulgurante entre decretos e discursos da “modernização”. A máquina pública, que era gente, virou custo. O servidor, que era serviço, virou inimigo. E o povo, que era sujeito, virou consumidor de ruínas. Ah, Brasil! t...

POEMA - América Despedaçada, em Luta pela Soberania

  América Despedaçada, em Luta pela Soberania Luiz Antonio Sypriano O império chega como tempestade de ferro, com suas asas de fogo e dogmas; sopram sobre as selvas o hálito do dólar, que chama de “paz”, no ruído das bombas. Trump, senhor das guerras e do terror, veste-se de águia para devorar as minas. O solo americano é nosso — regozija-se! Que ardem em Quito, dança em Havana, cresce no peito das mulheres do sertão. (Vieram com suas máquinas de guerra, Promessas feitas de cinza, Que colhe o cobre, o café, o sangue .., Da seiva profunda da América.) Mas, sob o chão dormem vulcões, em cada montanha há um coração que pulsa: A selva escuta e desperta, o mar se ergue contra os navios, e o vento — livre — canta em espanhol. Não, não somos mercadoria, somos rio, somos flor e pedra, somos o pão dividido nas mesas pobres, são palavras acesas nas bocas do povo. Das minas da Bolívia às ruas do México, o grito soa forte como aurora: “Soberania!” E o eco se espalha — pelos Andes, pelos pam...

A TRIBUTAÇÃO DAS BETS, NA DISPUTA DA ACUMULAÇÃO DOS RECURSOS DO ESTADO PELO CAPITAL E SEUS AGENTES, E O PAPEL DA MÍDIA

  A TRIBUTAÇÃO DAS BETS, NA DISPUTA DA ACUMULAÇÃO DOS RECURSOS DO ESTADO PELO CAPITAL E SEUS AGENTES, E O PAPEL DA MÍDIA *Luiz Antonio Sypriano As mídias, em geral, publicam reportagens sobre o impasse entre o governo Lula e o Congresso Nacional, a respeito da taxação das casas de apostas ("bets"). Pode-se dizer que se trata de um excelente objeto para uma análise crítica, quando busca-se compreender o papel da mídia nesse trâmite, assim como na relação entre Estado e capital. As notícias descrevem como um impasse técnico-político, no que se refere à compensação fiscal e o risco ao Orçamento de 2026, destacando que se trata de uma "briga" por fontes de receitas, apenas, a taxação dessa fração do capital. Nesse arena da política econômica estão o Governo Federal - representando o gestor do Estado capitalista -, que necessita arrecadar fundos para manter a máquina pública, e, ao mesmo tempo, financiar políticas sociais e garantir um mínimo de estabilidade fiscal...